Estados de Alma II
No altar do sacrifício a presa aguarda, silenciosa, o ataque do predador. Como um salto para a morte, o sexo, faz de ambos passageiros à beira do êxtase. / A astucia é, não raras vezes, confundida com a confiança-própria, pobres os que caiem em erro. / A explicação das coisas pode ser a maior das mentiras se for tendenciosa. / O conformismo é a putrefacção de uma raça. / Se, em vez do falso perdão, nos fosse dado o direito à livre escolha o mundo seria (ou não). / Quão severo é teu amor que me castiga, só porque também te amo (sem direito). / O degredo a que me condenaste é propicio a uma felicidade nunca antes experimentada, por mim. A felicidade que advém da paz do isolamento. / Louco é quem não consegue fugir à realidade de uma sociedade doentia. / Se existe uma razão para a minha existência porque não a encontro? / O fim do sono é um complemento do novo. O que acorda ressuscita. / A vida é uma alucinação, a morte é a única realidade. / O grito é uma nova forma de prazer. Supremo grito o teu Delia que me excita! / Não ouso submeter-te ao meu mundo de loucura. Mas jamais viverei no mundo vulgar.
Luís